Os vinhos do ano, por Paul Tudgay
O ano de 2021 continuou apresentando um aumento significativo no consumo de vinhos no Brasil, um crescimento de aproximadamente 30% a mais em relação ao ano anterior. Com as limitações da pandemia, os consumidores passaram a utilizar os canais digitais na aquisição de seus produtos para consumir em casa, com isso, também puderam buscar mais informações sobre o que consomem.
Para Paul Tudgay, especialista graduado pela Wine & Spirit Education Trust e French Wine Scholar, diretor comercial da Rootstock Vinhos Distribuidora e Importadora, os vinhos tintos estão no topo da lista de preferências dos brasileiros e de acordo com sua experiência, analisou e elegeu os principais vinhos do ano de 2021, confira:
Guado al Tasso Bolgheri Superiore 2018 - Itália
Esse tinto italiano é produzido em vinhedos localizados no pequeno e prestigioso Bolgheri DOC, na costa do alto Maremma, cerca de cem quilômetros a sudoeste de Florença, é um blend de Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e, ocasionalmente, uma pequena quantidade de Petit Verdot. “Uma revelação - meu vinho favorito da Marchese Antinori, rico, polido e firmemente posicionado entre o novo e o velho mundo, é um vinho de alta qualidade com muitos anos de amadurecimento pela frente, mas também delicioso para o momento presente”, destaca Paul.
Vivalti Pinot Noir 2019/2020, São Joaquim - Brasil
“Um grande sucesso para nós em Curitiba, alguns dos melhores restaurantes estão comercializando esse vinho! Particularmente eu tinha um pouco de preconceito em relação aos vinhos multi-vintage, mas, o importante é o que está na taça e neste caso é simplesmente um vinho delicioso”, enalteceu Tudgay. O Vivalti elaborado com a uva Pinot Noir é produzido na Serra Catarinense, 50% do vinho amadureceu em barricas de carvalho francês por 12 meses. No olfato destaca-se pela complexidade e delicadeza de aromas e no paladar é equilibrado com acidez presente, trata-se de um produto vegano.
Paul aponta especificamente o crescimento e a qualidade que a Vinícola Vivalti vem apresentado e lembra que o projeto de Vicente Donini e do enólogo Átila Zavarize ainda está na sua infância, porém, com grandes planos para o futuro como um hotel boutique de alta qualidade e um espaço para eventos, uma demanda necessária na região.
“Fiquei impressionado com os vinhos da sua primeira colheita em 2017 e em uma visita mais recente, confirmou-se que são vinhos que expressam o terroir da Serra Catarinense e o estilo do produtor, notável em todos os vinhos que produz”, contou Paul, destacando que são vinhos crocantes, aromáticos, apetitosos e que precisam de um tempo na taça para se revelarem, “são vinhos fantásticos para acompanhar a comida”, salientou, explicando que a cada lançamento nutre grandes expectativas e que a Rootstock começou a criar uma biblioteca dos melhores vinhos da vinícola para futuros lançamentos e degustações.
Don Guerino Le Franc 2020, Alto Feliz, Brasil
“As pessoas estão falando que este é o melhor Cabernet Franc do Brasil”, disse Paul, segundo ele um dos segredos do seu sucesso, fora a bela embalagem, é o uso criterioso do carvalho, algo que o vinho brasileiro ainda está aprendendo. Produzido na Serra Gaúcha, o Le Franc apresenta aromas de ameixa, groselha, morango, figo, especiarias, pimenta e menta, além de paladar equilibrado, intenso, harmônico, estruturado e suculento. Considerado o melhor Cabernet Franc da Avaliação Nacional de Vinhos 2020.
Domaine Yves Cuilleron Madiniére Côte Rotie 2013 - França
“Trata-se de um vinho extremamente agradável como um café da manhã inglês, completo em uma taça! Ovo frito, bacon, pão torrado, você poderá precisar de garfo e faca para atacar este bonito vinho”, ressaltou Paul. Yves Cuilleron Madiniére Côte Rotie 2013 é um francês tinto do Ródano Norte, com aromas intensos de violetas e frutos vermelhos, com notas de especiarias, em boca é macio, com taninos bem integrados e persistentes.
Testulat Champagne Blanc de Blancs Brut, França
O Cuvee Blanc de Blancs é um champagne puro à base de Chardonnay, leve, harmonioso e cheio de elegância, para Paul, a coisa mais emocionante do vinho é a sua capacidade de expressar o lugar de onde vem, isto é, as características de seu terroir. “O champanhe normalmente não é um vinho associado ao terroir, mas o Testulat Blanc de Blancs tem uma nota de casca de ostra triturada que só pode ser proveniente dos solos calcários de Côte de Blancs, de onde vêm as uvas para este vinho, simplesmente sensacional, reforçou.
Foram 5 vinhos divididos entre Novo Mundo e Velho Mundo onde temos os países Brasil, França e Itália. Além do já comprovado conceito dos vinhos do velho mundo, Paul comenta a importância de destacar o crescimento técnico e a qualidade que os vinhos brasileiros vem ganhando, “nossa curadoria preza pela qualidade e procedência, mas também por novidades em nosso portfólio e o Brasil tem revelado produtores surpreendentes e muito promissores, que fazemos questão de ter em nossa carta de vinhos”, finaliza.
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